Em seu escrito “O saber do psicanalista” Lacan afirma que “não há entrada em análise sem entrevistas preliminares”. Sabendo da importância disto, Françoise Dolto escreveu mais de 30 páginas como prefácio do livro de Maud Mannoni, “A primeira entrevista em psicanálise”. Essas duas analistas de crianças, ressaltaram diversas vezes em suas obras a importância dessas entrevistas, sobretudo para compreendermos onde a criança se localiza na fantasia dos pais, o que há de transgeracional no sintoma que a levou ao tratamento, se o sintoma é da criança ou está na criança e diz respeito aos seus outros. 

São nessas entrevistas que tiramos “os esqueletos dos armários” e também na análise da crianças, elas são de inestimável valor. Perdê-las, é colocar o tratamento em risco, fazer com que este seja muito mais demorado ou inviabilizá-lo. Assim sendo, faremos um mergulho no prefácio escrito por Dolto para estudarmos o que ela apontava como importante para a condução dessas primeiras entrevistas.