A partir do mito grego sobre o Édipo, Sigmund Freud criou uma das teorias mais importantes para a psicanálise: O complexo de Édipo. Esse conceito orientou e organizou o setting psicanalítico de grande parte dos pós freudianos e hoje há quem se coloque a pensar sobre uma psicanálise sem Édipo. No entanto, se faz necessário entender que maneira Freud compõe este conceito, quais são suas repercussões na clínica com crianças, adolescentes e até mesmo com adultos.
Nas cartas de Freud a Fliess, há a postulação do que para ele era um conceito universal onde cada criança se apaixonaria por um dos genitores e se colocaria em ambivalência amorosa, contra o outro. A criança fará a hipótese de que para ter somente para si a totalidade do amor fraterno e incestuoso, terá de parecer-se com seu rival, já que ele então conseguiu aquilo que mais se almeja.
Nos escritos freudianos, o termo “complexo” só aparece em 1910 e os primórdios da elaboração deste conceito deu-se a partir da morte de Jakob Freud, pai de Sigmund, em 1896. Na carta 50, direcionada a Fliess, Freud menciona o sonho que teve e todo o sentimento de culpa oriundo deste. Essa culpa estaria enodada com o desejo infantil de morte ao pai, pensamento que o autor explorará no livro “A interpretação dos sonhos” no texto que tem como titulo “Os meios de representação nos sonhos”.
No que diz respeito à infância, é em torno do édipo que as crianças vão fazendo formulações hipotéticas sobre como os bebês nascem e como a vida termina, ou seja: a morte de seus pais. Essas descobertas fazem com que a criança tenha terrores noturnos, quedas no desenvolvimento da imagem inconsciente do corpo e que desembocam em possíveis atrasos no esquema corporal. São crianças que não se adaptam a permanecer por muito tempo longe de seus pais, ainda dormem com eles e parecem ser impedidos de crescerem.
Neste curso, o psicanalista Leonardo Falconeri abordará as bases que Freud utilizou para formular o conceito fundador do complexo de Édipo, o que o antecede, a revivência na adolescência e sua dissolução. Partindo do Rascunho N na carta a Fliess e de textos como “Os três ensaios sobre a teoria da sėxualidade infantil”, “O pequeno Hans” e “Totem e Tabu”. Na oportunidade também falaremos de que modo questões edípicas podem ser manejadas na clínica e qual sua importância para a formação do sujeito.
Informações:
O Projeto Casa é uma iniciativa que nasceu na Estante Psicanalítica e tem como objetivo proporcionar atividades que contribuam na formação de psicólogas, psicólogos, psicanalistas e educadores. A base do Projeto Casa é a psicanálise e grande parte de suas atividades (cursos, oficinas, aulas e grupos de estudos) são voltadas a prática clínica com crianças e adolescentes.
O grupo citado acima já está incluso no Projeto Casa.
Os membros do Projeto pagam o valor ANUAL de R$597,00 e tem acesso a TODAS as atividades e suas respectivas gravações até Janeiro de 2024.
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